UM GRUPO


 vereadores
Uma comissão de vereadores bem intencionados, mas sem noção do que estão analisando, voltou a pedir que o estado termine o “centro de convenções” de Itabuna.
Os vereadores Wenceslau Jr, Roberto de Souza, Ricardo Bacelar, Claudevane Leite e Milton Gramacho querem pedir “explicações” do governo da Bahia para não terminar a obra.
Nem precisa pedir a ele, eu mesmo explico, porque os motivos são óbvios.
Primeiro, a falta de confiança numa prefeitura que recebe mais de R$ 300 milhões por ano mas o dinheiro some em suas catacumbas e não se vê benefício para a cidade.
Segundo, aquilo jamais será um centro de convenções. Para isso teria que ter pelo menos 2 mil lugares no auditório, mas só tem 700. Nenhum, e eu friso esse nenhum, evento nacional ou sequer estadual pode ser feito nessa salinha.
Significa que a coisinha vai ser usada eternamente para aniversários, reuniões e eventos locais de pouco público.
Não trará qualquer benefício para a cidade e ainda terá um ônus perigoso.
Sempre que Itabuna, cidade de 206 mil habitantes e polo comercial e de serviços, pedir um Centro de Convenções de verdade e à sua altura, vai ouvir “não, porque vocês já tem um centro de convenções e a prioridade tem que ir para cidades que não tem nenhum”.
Terceiro, mesmo que fosse usado apenas como teatro (aí o auditório é suficiente), ele não é adequado paras isso por causa do local onde está.
Perigoso, destinado à desova de corpos pelos bandidos, longe de tudo e de todos, ninguém teria coragem de ir lá num evento à noite.
A prefeitura e o grupo podem alegar que se colocaria iluminação, linhas de ônibus e segurança no local. Voce acredita? Não existe isso nem no centro da cidade. E mesmo que fizessem isso, o teatro continuaria no fim do mundo.
Caso os nobres edis não saibam, qualquer teatro tem que estar numa localização central, como os de Ilhéus, Salvador, São Paulo, Rio, Jundiaí.
Teatro longe de tudo nunca funcionou e o nosso não seria o primeiro a conseguir.
Só para lembrar, estes vereadores não cobraram explicações ao ex-governador Paulo Souto, que suspendeu o repasse dos R$ 1,5 milhões que teriam terminado a obra. Suspendeu porque conhecia bem o então prefeito, como Wagner conhece o atual.
Bacelar e Wenceslau Jr dizem que “é inadmissível uma obra tão importante paralisada por falta de interesse das autoridades”. Vamos por partes. A obra, por tudo exposto acima, não é “tão importante”.
Importante é pedir um Centro de Convenções / Teatro de verdade para Itabuna, com 2 mil lugares no auditório, salas de apoio, rede de dados interna e pavilhão de feiras, num local central, como o terreno em frente ao 15º Batalhão da PM.
Vane alega que “Itabuna deixa de receber grandes espetáculos por falta de um espaço adequado”.
É verdade, mas aquele não é um espaço adequado e os grandes espetáculos não viriam nem caberiam nele.
Além disso, existem os outros motivos para Itabuna não receber nenhuma grande peça ou espetáculo.
Um deles é o desprezo da prefeitura pela cultura, talvez por ser difícil tirar “comissão” nesta área; outro é a falta de interesse (ou de dinheiro) do público geral em pagar para ver peças de teatro.
Numa coisa os vereadores estão certos: é preciso terminar esta obra.
Mas, enquanto o pedido for para que ela seja “mini centro de convenções” e teatro, dificilmente o estado vai topar.
Aquele prédio precisa ser terminado sim, mas para ser um anexo do Hospital de Base, um centro de capacitação, núcleo de tecnologia e ensino ou algo do tipo, que possa funcionar longe do centro e agregar benefícios.
Outro engano de Vane é dizer que não há “interesse das autoridades”.
O que existe é um governo (do estado) sério e preocupado em priorizar obras úteis.
Tirar dinheiro de estradas, poços, do Topa, de postos de saúde, de escolas, para terminar uma obra inútil seria falta de responsabilidade.
Insistir no errado é não levar em conta as necessidades de Itabuna e apenas procurar holofotes para as eleições.
E ajudar a defender os interesses pessoais de Fernando Gomes, ex-prefeito que tentou levar tudo para dentro de suas terras, para valorizar os lotes de seu loteamento.
Só serve para isso.
Os vereadores fariam mais por Itabuna se fiscalizassem as verbas que Itabuna recebe.


Fonte A Região

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