SP: Mulher diz que foi espancada por usar barba e ser lésbica: 'Me xingava'



Uma jovem de 21 anos foi espancada em Mongaguá, no litoral de São Paulo, por ser homossexual. Ela, que prefere não se identificar, foi alvo de pedradas, chutes e xingamentos homofóbicos. A vítima tentou fazer o boletim de ocorrência em duas delegacias diferentes e não conseguiu. Ela deve ir até a Delegacia da Mulher, nesta segunda-feira (6), para registrar a agressão. A vítima conta que o crime aconteceu quando ela estava saindo da pousada da mãe, onde trabalha, e seguia para casa, na última sexta-feira (3).


Como de costume, ela colocou o fone para ouvir música e seguiu o caminho. Quando ia subir uma passarela, que fica sob a rodovia Padre Manoel da Nóbrega, foi atingida por uma pedra e caiu no chão. “Um homem começou a me chutar. Eu consegui proteger a minha cabeça e ele começou a chutar a minha costela, a minha coxa. Ele me xingava de 'sapatão' e 'veado', falava que eu tinha que morrer, que os homossexuais estão estragando tudo e que não é o que Deus quer para o mundo. Ele me chutava cada vez mais forte”, relembrou a jovem.



Outro homem, que passava de bicicleta pelo local, impediu que ele continuasse a bater na jovem. “Ele pediu para parar e falou que ia chamar a polícia. Ele me ajudou a levantar e a atravessar a passarela”, afirma a menina. O agressor saiu correndo e não foi mais visto.A jovem conta que, após a agressão, foi às delegacias da cidade para fazer um boletim de ocorrência. “Fui a duas delegacias e não consegui prestar queixa. Falaram que eu devia ir à Delegacia da Mulher. Lá, falaram para eu voltar na segunda-feira.


Eles viram a cara para esse tipo de crime”, diz ela. A vítima tem certeza de que a agressão foi por conta da opção sexual dela, já que costuma usar barba e se vestir como um menino. “Eu tinha mais de R$ 100 na carteira. Ele não pegou nada. Ele simplesmente me chutou. Ele toda hora me chamava de 'sapatão' e 'veado', o tempo todo”, explica. Ela imagina que talvez o agressor a conhecesse da pousada e estava a esperando no local. “Eu não consegui ver bem o rosto dele. Ele era muito magro, alto e era careca. Ele tinha muita certeza de como falava. Não estava bêbado”, conta. A vítima também foi ao hospital municipal, recebeu atendimento médico e está tomando remédios.

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